8 de fevereiro de 2017

Serenidade

A procissão passa, 
vozes silenciosas ecoam.
Honra-se as pessoas amadas 
que já partiram.
Pensam alto 
os rostos que vagueiam pela cidade.
Há flores espalhadas pelas ruas
molhadas pela chuva.

Em frente ao portão 
junto ao do jardim
vejo-os passar 
como se fossem nuvens no céu.
Tento gritar no calor do momento
possuído por uma angústia
que queima por dentro.

Sofro por dentro 
os anos já são longos
o tempo passa
desinteressado.
Um fardo a preservar
numa breve existência.
Aceitei esta maldição 
num acordo azarado.

Deitado em frente ao portão 
Junto ao jardim,
a minha visão estende-se 
para lá do muro.
Não há palavras que expliquem 
A serenidade 
desse momento
admiro as árvores 
enquanto as folhas enquanto caem.
...
Vento