A procissão passa,
vozes silenciosas ecoam.
Honra-se as pessoas amadas
que já partiram.
Pensam alto
os rostos que vagueiam pela cidade.
Há flores espalhadas pelas ruas
molhadas pela chuva.
Em frente ao portão
junto ao do jardim
vejo-os passar
como se fossem nuvens no céu.
Tento gritar no calor do momento
possuído por uma angústia
que queima por dentro.
Sofro por dentro
os anos já são longos
o tempo passa
desinteressado.
Um fardo a preservar
numa breve existência.
Aceitei esta maldição
num acordo azarado.
Deitado em frente ao portão
Junto ao jardim,
a minha visão estende-se
para lá do muro.
Não há palavras que expliquem
A serenidade
desse momento
admiro as árvores
enquanto as folhas enquanto caem.
...
Vento