Indescritível

...

Noite de sombras
ao redor do fogo
num círculo invisível,
onda escura
reconforta
faz-me dançar.

Através da escuridão,
consigo ver
quanto sagrada é a noite,
sussurro silencioso
indescritível
ecoa no ouvido.

Noite escura
com olhar profundo,
eleva o espírito
purifica a alma,
liberta-me das amarras
que me prendem…

Vento
...

Mãos

...

Tenho as mãos despidas
mal tratadas pelo frio,
são mãos que beijam...

Entre paredes
em delícias privadas,
pinto de cor
o teu olhar.

Há momentos entre nós
que não consigo descrever,
os desejos são complexos...

Como um raio
que devora a escuridão
a tua voz vem a mim,
através da minha boca.

Vento
...

Ausências

...

Subo a montanha, tento tocar o céu,
por que a vida não deve ser sentida
com os olhos no chão...
Peço à lua que não se esconda...
É necessário que um raio seu, ilumine o meu olhar
e num abraço bem apertado, se agarre bem a mim.

Como se fosse fácil, traduzir,
as esculturas
que o vento invisível
deixa passar.

Quando as ausências surgem,
a tristeza impessoal
é o complemento do pensamento,
o espírito torna-se vazio e antigo...
Quem ao seu lado se atrever pousar
só lhe resta esperar…

FELIZ NATAL

Vento
...

Amo-te Brisa

...

A liberdade da existência
vive na alma que sente a presença,
e na realidade deste sentir.

A Brisa que acompanha
as manhãs e as noites,
alcançou a pureza dos sentidos.

Na cumplicidade dos nossos momentos,
há muito mais do que se imagina,
tudo isso, leva-me à certeza.

...QUE...

Que o que mais importa nesta vida,
é fazer tudo para te ver sorrir
em cada amanhecer das nossas vidas.

AMO-TE BRISA

Vento
...

Noite de sonho

...

Esta noite sou um animal esfomeado,
caminho por lugares inesquecíveis,
quanto mais ando, mais escura fica a noite.
Enquanto isso a música toca, indiferente
às luzes e sons que sobrevoam a mente…

É daquelas coisas que se sente a certeza,
mesmo por detrás do véu
consigo decifrar as formas do teu corpo.

Em frente a ti, penso…
Que rosto tão belo
Que linda mulher…

Provoca-me com o teu olhar,
faz de mim
o Rei da cidade selvagem.

Toca-me...
Abraça-me...
Beija-me...
Ama-me...

O teu corpo rebola
na palma das minhas mãos.
Olho para ti, e digo…
Que corpo tão belo,
linda mulher…

Vento
...

Vento selvagem

...
Além do vento

que voa nas tuas mãos,
és como, uma extensão
do meu corpo.

Seguras-me
Prendes-me
dentro de ti.

Devoras-me o desejo,
e eu... fico assim...
A navegar
na tua pele clara.

As palavras para mim
são um meio suave
para chegar a ti.
Uso-as como pontes
para tocar
no outro lado de ti.

Até por que...
as tuas mãos
libertam a tempestade
que há em mim.

Vento
...

O teu olhar

...

Naquele lugar
onde os sonhos se realizam
e os segredos se revelam,
desvendo o desejo
no teu olhar.

Nesse olhar,
às vezes perdido
no momento,
sinto-te por inteira,
neste desejo louco.

Olho para ti,
sorrio...
Desejo ficar
para sempre,
nesse teu olhar
em que me perdi.

Vento

...

Selvagem

...

...
A cidade adormeceu para se esconder

vamos nadar, meu amor
passear ao luar.

Vamos nadar em direcção à lua,
atravessar o universo,
penetrar na noite adormecida.

À frente do ninho do amor
a planície estende-se...

A lua ilumina
as sombras das árvores,
testemunham comigo
o sabor da brisa selvagem.

Deixa-me deslizar no teu mar submerso
Faz-me sentir real, meu amor.

Vento
...

Profundo

...

Sentado no banco do jardim
com o pensamento distante
aqueço o corpo
ao sol frio.

“Um velho solitário vagueia,
da única forma que sabe,
com a mente entregue
aos erros do passado,
caminha pelo pântano
que lhe aquece os pés.”

Ainda recordo
a geada de inverno
quando o gelo
queimou a face,
num suspiro profundo

grito de agonia incerto,
parecido com o som
do mar profundo.

Esta manhã o sol,
acordou gelado.

Vento
...

Amo... Amar-te...

...

No primeiro dia
o teu olhar tocou o meu,
não se ouviram gemidos
nem beijos,
apenas sorrisos.

E eu, louco fiquei
por aquilo que pediste...

Pintei as tuas formas
em mim
com desejo.

Mistérios que desvendei
no tempo
ao percorrer
o teu corpo.

QUERO-TE

Vento
...

Auréloa de luz

...

No murmúrio da tua voz,

sinto-me iluminado

por momentos,

deste amor sem tempo.

Sinto as palavras
que se desprendem

dos teus lábios,

com textura...

com ternura...

Há uma auréloa de luz
que te envolve
e embeleza ainda mais
os traços do teu rosto.

Vento

...

E porque as palavras me faltam...

...

Esta noite,
o pesadelo
tomou conta de mim,
sem ar para respirar
nem espaço para voar,
fiquei amordaçado
pelo aperto no peito.

Esta noite
um anjo das sombras
tocou dentro de mim,
fui corpo sem vida
possuído por suores frios
e pelas sombras do vazio.

Sinto-me dependente da vida
dessa luz intensa
que há quando amanhece,
dessa magia
que há nas palavras.

São tantas as vezes que não me sinto
que esqueço que existo.

Vento
...

Débil

...

A dor acompanha
o corpo cinzento,
tal como
certas opções na vida.

Então qual o motivo

de ficar assim
quando o coração pouco aguenta.
Se a cura não existe
para aquilo que se respira.

E o dia se fez noite.

E a alma
em silêncio.
sente o corpo débil
perto do fim.

Por favor...

desliguem a máquina.

Vento

...

A espera...

...

Por que ficas assim?
À espera...
Mas à espera de quê?
A vida passa e não temos tempo a perder.

Esperar é morrer, lentamente.

O nosso olhar espera por nós,
recorda como os teus olhos sorriem
quando me sentes.

Vem meu Amor.
Sabes qual o caminho a percorrer,
nos teus braços não existe tempo.

Em silêncio,
o único som,
são os gemidos do nosso amor.

Aqui a pensar em ti
procuro nas tuas palavras sinais de mim
reinvento o mundo onde só tu existes.

Vento
...

Adormecer

...

As estrelas da minha janela
desvaneceram…
Não me lembro
que dia é hoje…
Vem à mente
o que não sai dos meus lábios…

Não me encontro...
Preciso de ti para adormecer
sinto-me cansado.

Frio, mas recordo...
Frio, mas não cedo...
Meio cego com a intenção
trágica invenção.
Recordo e sinto
na minha pele.

Vento
...

Mundo interior

...

O homem desceu ao vale das sombras,
onde algumas palavras são ignoradas.
Uma viagem ao mundo interior…

Uma passagem pela terra húmida
enquanto os cometas em chamas
cruzam o extenso céu.

Quem poderá descrever a audácia deste homem
que tem conhecimento da paixão sem limites!

Percorrendo o túnel do tempo
ao encontro do ponto fixo,
procura a ligação com outro mundo.

Desfalece em paz na relva verde…
Enquanto as montanhas se agigantam,
as nuvens choram e o mundo observa.

Vento

...

Náusea

...

Atiro ao vazio
os meus pensamentos
a falta de sinceridade
provoca-me náuseas
e por muito que tente
não consigo ser
suficientemente forte
de modo a esquecer
as palavras malditas.

O céu escuro apaga
o meu ténue rasto.
Em segredo se pinta

ferida que doi,

a vontade se prende
em lapsos de vida sem rumo.

Vento
...

As vozes caíram no silêncio...

...
Partilha comigo esta viagem…

Fecha os olhos e sente,
deixa-te voar
belo pássaro,
deixa-te voar…

No infinito escuro
cintilam pontos brancos,
o som do buraco negro
abraça a mente
explora os sentidos
bem próximos da insanidade.

As vozes caíram no silêncio...

Aonde estive, não sei
Aonde vou, não sei
apenas sei…
que o corpo é uma passagem.

Sou uma sombra,
gota diluída no tempo
que vive
entre a terra e a lua.

Queria voar, mas fiquei sem asas…

Vento
...

Letras

...

Uma discussão
em volta dos meus braços,
palavras e sons
na pintura dos lábios,
vem do nada
e nada esperam encontrar.

Olhos nos olhos e não nos sorrisos,
além das janelas
onde os anjos não voam.

O silêncio escrito na pele
soa a eco surdo e mudo,
sinto que o fim do verão será suave.

Vento
...

Luz

...

Subo as escadas
preciso ver o outro lado
sem medo da luz que aumenta,
tento encontrar a porta
que convida a entrar.

Por magia o chão se ilumina
sem medo, continuo,
guiado por um invisível abraço
perdido no tempo
entregue ao amor.

Caminhas em silêncio comigo
à procura da paz
juntos vamos conseguir ver os sinais
partilharemos os desejos
que ardem em nós.

Vento
...

O sonho comanda a vida

...

Podem prender o meu corpo...
Podem silenciar a minha voz...
Exigirem que viva na sombra
até restar apenas silêncio.

Mas o meu pensamento é livre
assim como é o Amor,
e em paz a minha alma
irá voar lado a lado
com a poeira do universo.

"O sonho comanda a vida"

Vento
...

Brinde aos desejos ardentes

...

Mais que o desejo
que é sempre intenso
sobra um convite à loucura.
Mais um não faz mal,
afinal a minha sanidade
há muito que está perdida.

Tu... Toda nua...
Na ponta dos meus dedos
para um brinde
aos desejos ardentes.

Entro em ti
num voo perfeito.
No meio de nós a melodia
desta breve existência.

Deixa que te leve
nos meus braços,
um beijo é muito pouco
para o que tenho para dar.

Vento
...

Diluído no tempo

...

O cansaço pesa nos olhos,
sou o vento distante
de sorriso encoberto
escondido numa caverna.

Sou a ilusão ao olhar menos atento
a um passo do “Delete”…
Ser imperfeito e incómodo
que se apaga quando não é preciso.

...

O barulho incomoda,
preciso de hibernar
olhar pela minha janela
e sonhar...
Torna-se necessário
deixar os meus pensamentos voar.

Vento
...

Sem ti

...

Sei que existe o mar
que abraça a areia,
montanhas sem fim
e planícies extensas.
Sei que tens a minha vida em ti
enquanto caminho pela sombra.

Todas as sensações
dos meus sentidos
andam perdidos.
O meu vulto espera
junto à árvore negra,
a tua palavra.

A musica toca silenciosamente
recordo o teu nome...
Chegas devagar...
Tocas nos meus cabelos,
acalmas esta angustia.

Acaba a música...
abro os olhos...
Foi apenas um sonho,
não estás aqui!

Sem ti,
a vida é suja,
hostil e sem sentido.

Vento
...

Delírio presente

...

O que escrever
com os sentidos
desfeitos em pó!

As gotas secam no rosto
receita imprecisa que não alivia
a necessidade de respirar
no meio do nada
distante de tudo.

Sou uma folha solta
pousada num jardim
um vazio por preencher
nas horas mortas
sem sentido.

As sombras mortificam
a minha alma,
simplesmente, não sei...
Não sei traduzir este delírio
agora presente!

Vento
...

Sons da noite

...

Ouve noite amiga
o silêncio surdo
e o som encantado
do meu pensamento.

O vazio que mora em mim
até a alma queima,
desejo urgente
do beijo ardente.

Vem até mim
vestida de seda,
ilumina os meus olhos
ausentes de cor.

Como são longos os sons da noite,
a torneira que pinga
a melodia que faz eco
a luz, que na escuridão persiste.

Vento
...

Saudades de ti

...

Deita-te em mim,
deixa-te ficar assim
sente no meu silêncio
este desejo de ti.

Fecha os olhos
rebola o teu corpo como uma serpente...
Fecho os olhos
Sinto a tua pele nas minhas mãos...

Diz-me que não estou louco
quando olho esta distância entre nós.
Diz-me que é apenas a saudade
que aperta o meu coração ferido.

Vento
...

Sopro do desejo

...

Um sopro vindo do escuro
ao despertar do sonho
toca-te ao amanhecer.

Perdido no tempo
com palavras doces
e gestos simples.

Voz que liberta as palavras
suave como o orvalho
possuí toque mágico.

Na troca de desejos
afastam-se os dias cinzentos
pintando o céu em tons de azul.

O regresso à escuridão é o destino
sem jeito para despedidas
fica a saudade que queima a pele.

Vento
...

Céu escuro

...

Cai a noite e o vento sopra na escuridão
uma luz brilhante ilumina o quarto,
olhar perdido no céu escuro
como se pudesse sentir o divino.

As estrelas brilham no espaço profundo
o rasto dos traços de luz formam desenhos
navegam acompanhados de partículas
sem direcção, rumo ao infinito.
Como se eu pudesse ver o destino
através dos meus olhos...
Como se alguém pudesse sentir o vento
nas palavras silenciosas...

Em pedaços, espalhados pelo chão
a pele sangra de dor.
Não há orações possíveis
que façam esquecer o tempo.

Vento
...

Tudo o que te dou...

...

A música faz-me entrar em transe
esqueço a minha própria existência,
porque a musica é mais do que palavras
muito mais intensa que imagens.

Se alguém me disser que vagueio pelo universo!
Eu não vou negar, eu voo constantemente...
Se perguntarem se as estrelas emitem sons?
Direi que sim…

Sei disso... basta olhar para céu da noite

quando saio da caverna que habito.

Pede-me o sol e a lua,
subo ao céu para os trazer.
Pede-me para o tempo parar
que faço a terra deixar de girar.

Porque tu...

és tudo…

Pede-me tudo o que quiseres,
só não peças para te esquecer.

Vento
...

Sol silencioso

...

Nunca houve quem ouvisse o meu silêncio,
de qualquer modo tenho receio

de não saber o caminho de regresso,
de me perder tão longe

que não me volte a encontrar...

Quando as nuvens ficam invisíveis

as mãos do sol silencioso

queimam a pele.

Aqui estou...

Ao teu dispor...
Aqui permanece o meu corpo
rodeado de chamas…

Vento
...

Momentos...

...

A vida é feita de desvios,
escolhas, opções...
Há que estar atento...
aos pormenores...

Não ver o copo de água,
mas as gotas que o encheram.

Vento

...

Prazer

Uma explosão sem limite
provoca um arrepio
ao longo do corpo,
olhos entreabertos
respiração ofegante,
intenso prazer...
impossível
descrever.

“O mundo parte-se em dois
para num ápice se voltar a unir.”

Vento
...

Castelos invisíveis

...

Durante a noite
enquanto o mundo dorme
caminho à volta da lua,
não te preocupes
que eu volto.

Construo castelos
no céu e na areia,
desenho o meu mundo
que ninguém entende,
mas, sinto-me vivo.

Durante o dia
sente-me no abraço do vento
a tentar fazer o meu melhor
quando tudo à minha volta
parece errado.

Vento
...

Palavras silenciosas

...

Céu profundo, sem fim
o som das aves nocturnas acalma,
a lua ainda dorme
numa cama feita de estrelas.

O traço do destino é incerto
espera pelo próximo momento
em que cada letra
liberta pedaços de mim.

As palavras silenciosas
existem para serem ouvidas,
ficam esculpidas
aqui, na parede invisível.

E tu…
Será que escapas
ao peso das palavras?

Vento
...

Algures entre a tristeza e a felicidade

...

A sombra no olhar
esconde uma lágrima
a um pequeno passo
da mão que a abraça.

Uma forma de amar
livre e profunda
morre nos meus dedos
em silêncio…

Vento

...

Alma

...

Quando olho para ti
sinto dentro de mim
que gastei toda uma vida
antes desta à tua procura.

Não de alguém como tu,
mas de ti porque a tua alma
e a minha tem que andar
sempre juntas.

Talvez tenhamos vivido
milhares de vidas antes desta
e em cada uma nos tenhamos
reencontrado…

Uma corrente invisível
une as almas,
nem o desgaste do tempo
apaga o que se sente.

É uma das razões que toca
profundamente,
quando a dor volta
sempre que nos separamos.

Vento
...

Voo nocturno

...

Ponho a mão no peito,
respiro fundo…
e afundo…
Afundo lentamente
nas profundezas
da minha
ausência.

Sinto deslizar,
deslizar para longe
das minhas mãos,
o céu brilhante...
Em silêncio consigo ouvir
o som da vida
que ainda gira sobre mim.

Abraça-me até partir,
os teus braços são a minha casa.

Vento
...

Volta...

...

Olha-me mais uma vez,
Abraça-me,
beija-me por mais um segundo.
Sorri-me com essa cumplicidade,
mostra-me de novo
a luz do teu olhar.

Enfeitiça-me com o teu andar,
arrepia-me com o teu toque.
Faz-me rir, faz-me chorar,
faz-me querer partir e não ir.
Agarra-me, só para me deixares depois.
Ri-te, chora - mas ri-te e chora comigo.
Traz-me de novo os sonhos
pintados no céu,
mostra-me mais uma vez a luz na noite,
faz-me renascer.

Odeia-me, ama-me;
permite-me amar-te,
odiar-te,
sentir-me louco nas tuas mãos.

Ignora-me, ouve-me,
desvanece e chama-me.
Esquece-me, não me ames...
mas volta.
Volta… sempre…

R...
...

Nova vida

...

Olha nos meus olhos
um pouco mais,
Deixa os sonhos flutuar
suavemente…

Consegues ouvir a minha voz?
A sussurrar ao teu ouvido…
Consegues ouvir-me?
Dentro de ti…
Uma pequena lágrima
do teu silêncio
desperta na escuridão
para o mundo vivo.

Consegues sentir o meu toque?
Na tua pele…
Consegues sentir os meus dedos?
Nos teus desejos contidos…

O teu desejo emerge do casulo.
Abre as asas como uma estrela, que és.
Pronto a começar uma nova vida.

R...
...

O escuro tem de ficar mais escuro para me veres.

...
Este é o mundo em que vivemos

não o deixo derrubar-me
é mais seguro viver num sonho,
num sonho...
É para isto que a pele serve.
Mantém-me cá dentro
o resto fica lá fora.

Já vi um outro céu.
Já subi a outra árvore.
Já desejei outra estrela
num outro céu, cheio de estrelas.
Um outro eu, vive uma outra vida
a que sempre sonhei.
Um outro eu, existe algures.
Porque não posso viver aquela outra vida?
Por favor, deixem-me ser...
O outro eu.

Este é o tempo do homem silencioso.
De quem todos esquecem o nome.
Aquele que se senta só
à espera que lhe contem uma história,
para poder compreender as coisas.

Quanto mais escuro fica
mais consegues ver
Mas o escuro tem de ficar
ainda mais escuro
para me conseguires ver.

R...
...

Sonho feito de desejo

...

Afundo-me lentamente
nas profundezas
da tua essência,
entregue ao sonho
feito de desejo.

Sim é meu desejo sentir o teu toque,
saborear os teus lábios,
dedilhar na tua pele as palavras que não digo,
sussurrar ao ouvido que o teu corpo
desperta o desejo adormecido.

Quando te sentires só
fecha os olhos,
toca-te onde mais desejas...
São os meus dedos
a desenhar na tua pele
este sonho de ti.

R...
...

Desejos Proibidos

...

Aproximo-me de ti
lentamente... e...
suavemente...
envolvo-te em mim.

Os desejos proibidos
libertam os sentidos,
percorrem passo a passo
a pele dos nossos corpos.

Um simples toque nos teus lábios
faz eco no silêncio da noite,
revelam o que escondes
além dos pensamentos.

R...
...

Ausência

...
Sempre soube que o pensamento
viaja à velocidade da luz
renasce sempre que morre
porque penso sempre em ti.

Convenço-me disso
quando se aproxima a partida,
mas, não consigo explicar
a parte de mim que se perde,
a lágrima que se solta na ausência
a dor profunda que arde no peito
sentir invisível que se apodera de mim
e me consome a alma.

Eu sei meu amor
que me vais sussurrar ao ouvido
que o tempo é breve e vais voltar.

Mas o meu coração entristece
é engolido pelas trevas,
não sei o que dizer às tuas mãos
que não estou aí para as segurar,
não sei o que dizer às minhas palavras
que choram na tua ausência.

...

Além de ti...

...

Ao longo da passagem
pela vida
os pensamentos
voam sem tempo.

Não consigo viver
não consigo me mexer
não me atrevo a correr
de mãos atadas.

Sou noite... Sou noite...
sou a escuridão e a luz,
os meus olhos
conseguem ver além de ti.

As palavras são o que são,
sou uma personagem estranha
que só se revela quando se toca.

...

Desejo

...

Faz-se luz no meu olhar
a ilusão de ti vive em mim
o desejo é como a vida
uma corrente que nos prende.

Desejava escrever aqui
sobre o sabor dos teus lábios
descrever os sonhos
numa breve pausa no tempo.

Dizem que o desejo não é da carne,
que é como o ar, quente,
urgente como a água que mata a sede,
uma chama que queima e não se apaga.

A sombra dos desejos urgentes
confundem a minha alma...
Mas, como sempre estás longe,
longe das minhas mãos.

...

Vou contigo rumo à escuridão

...

Caminho por túneis
sem luzes brilhantes
abro portões
à procura das tuas mãos
continuo sem destino
sobre cinzas.

Se o céu e o inferno decidirem
que ambos estão satisfeitos,
eles vão iluminar o meu caminho.

Se vir que não há ninguém ao teu lado
quando a tua alma embarcar.

Vou contigo rumo à escuridão...

...

Além da luz

...

Além da luz que morre
na floresta escondida
de repente
perco-me de tudo,
o tempo limita a vida
e tudo o que tenho
habita na palma
das minhas mãos.

...

Existência

...

Suspendo a respiração,
navego no limite dos sentidos.
renasço das telas desenhadas
para além da solidão dos dias.

Um momento de contenção
da própria existência.

...

Mundo imperfeito

...

Sei que me vês

quando os teus olhos pensam,

sou quem se esconde

dentro de ti.

Trago-te em mim

mesmo que digas não,

sou muito mais do que imaginas

dentro do teu mundo.

Não te sintas só

ouve a voz que chama por ti, nua…

Esse teu corpo é o meu porto.

Sabes como sou,

abro portas que se fecham

sou uma sombra

e o teu corpo

é o lugar onde me deito.

O mundo é imperfeito,

e eu aqui desfeito

tão longe da vida.

...