17 de junho de 2014

Errantes


Um dia o vento caminhava
por terras distantes
cansado, pousou num ramo seco
e delirou com o horizonte.
Nesse momento de sossego
viu passar uma donzela errante
de olhos cansados
sem rumo definido.

Tocou na sua mente desabitada
que abrigava tempos
de pura desilusão,
limpou todas as gotas
que navegavam no seu rosto
sem qualquer sabor,
sussurrou ao seu ouvido
palavras já esquecidas.

Concluíram que ambos
viviam na escuridão
protegidos pela sombra
das próprias sombras,
mas a única vez que a viu sorrir
com o seu olhar...
foi no momento
em que o vento invisível
tocou ao de leve
a sua pálida face.

"Ambos seguem caminhos opostos
porque assim está escrito nas estrelas,
até ao fim dos dias…"

Vento