10 de novembro de 2011

Homem sem nome...

...

No começo da viagem vi uma vida,
havia plantas, pássaros, rochas e coisas,
havia areia, colinas e um céu azul,
a primeira coisa que encontrei
foi uma mosca zumbindo
no céu sem nuvens,
estava calor e o chão estava seco
mas o ar estava cheio de sons.

Um homem sem nome atravessa o deserto
sente-se bem longe da chuva
no deserto pode recordar o seu nome
porque ali não há nada que lhe faça doer…
Depois de dois dias ao sol a pele ficou vermelha,
depois de três dias no deserto,
procurava o leito de um rio
e a história sobre um rio que fluía,
fico triste só de pensar que ele estava morto.

Um homem sem nome atravessa o deserto
sente-se bem longe da chuva,
no deserto pode recordar o seu nome
porque ali não há nada que lhe faça doer…

Depois de nove dias deixei a mente correr livre
porque o deserto se converteu num oceano,
o oceano é um deserto com a vida submersa
e sobre ele existe um disfarce perfeito.
Sob as cidades vivem corações feitos de pedra
porque os humanos nunca vão amar.

Um homem sem nome atravessa o deserto
sente-se bem longe da chuva,
no deserto pode recordar o seu nome
porque ali não há nada que lhe faça doer…

Vento
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