15 de julho de 2013

Gosto do teu olhar


 
Gosto da melancolia dos teus olhos
quando me olhas na noite,
acompanha-te uma brisa fresca
que me toca pelos espaços abertos do teu corpo,
perco-me na carícia dos teus gestos
que vieram ao encontro dos meus silêncios.

Gosto desse teu modo calmo, sossegado
com que te encostas no meu peito
e te deixas ficar
entre ternuras e embaraços,
como se tudo ficasse, de repente parado
e o teu mundo fosse delimitado
pelos meus braços...  

Gosto da tua voz,  tranquila, de tom suave,
com que falas, como se acariciasses
cada palavra que dizes...
A tua presença é um infinito sossego,
um pedaço de sombra onde me abrigo.


Sem ti....
Sou náufrago, entregue à sorte do desnorte,
personagem sem rumo que subitamente
se torna distante..


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Vento

4 de julho de 2013

Mais...

 ...

Mais do que a escrever
é muitas vezes a ler
que acalmamos a força dos fantasmas
e enchemos os vazios dos baús assombrados
e calamos as vozes, tantas,
que zumbem por dentro. 
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Vento

1 de julho de 2013

Os corações tremem

Na balada das distâncias
existe uma luta noite e dia,
foi esse o caminho escolhido
na breve passagem pela vida
que o pobre filósofo
fez a abordagem sobre a sua existência.

No meio da revolução
vinda do vazio
algo ajuda a aquecer
o coração gelado.
Da escuridão
sobra uma ténue luz
e um cheiro doce envolvente.

As ideias fragmentadas
navegam pelo rio dos fantasmas,
aquele rio límpido que circunda as montanhas
e que desce até à planície.

Os corações tremem
esperam pela dor que ainda não chegou,
entretanto as borboletas brilhantes
voam sobre a planície verde
ignorando o vermelho vivo
que brota das flores
ou os vidros partidos
de uma janela abandonada.

Os pássaros noturnos
empurram a luz do céu para longe,
o mundo adormece finalmente
nos braços
de um lago branco,
são palavras assim tão delicadas
que preenchem a alma.
...
Vento