3 de outubro de 2013

Os teus olhos refletem o meu sangue

E Deus, cujas asas
pensava que fossem feitas
com nuvens de algodão,
que quando tocassem na minha face
seriam como quando passo os dedos pela madeira
depois de passar óleo.

A perda
O irreal, o vazio
O assento sem ti
Folhas brancas manchadas de sangue
uma realidade que vem de madrugada
nos primeiros raios da luz solar.

Neve, desejo e amor…
E o deslizar no escuro dos teus olhos
eclipsou-me por completo
sorriste para o vazio
uma pálida forma de alegria
mas sem ti não existe amanhecer.

Nada surge no horizonte
não há rosas na planície
além do céu manchado dos teus olhos
que as pálpebras escondem
como se fosse neve a desvanecer no oceano
revelando a vida de um mar deslumbrante
e repleto de luzes.

Como o mar era o rio
E agora já não é…
Enquanto as nuvens andam à deriva
Enquanto as flores morrem
Deus, ouve dizer que é amor…
...
Vento