28 de setembro de 2011

A sombra

...
Ao cair a luz, os problemas
formam uma longa noite,
a solidão transforma-se
em pesadelo,
um sonho imperfeito
apresenta-se…
A casa é num buraco vazio
cheio de nada.

Caíste num lugar
onde o Sol não brilha,
nesse momento
tudo vem à mente
diminuindo
o tamanho da alma.

O que se sente
ao cair na escuridão?
Escura…
opaca…
presente…
bela…
contempla-se…
polvilhada de cinza…
é evidente…
impenetrável…
preciosa…

Quem sentir
consegue ver
escondido no meio do nada
a minha sombra.
Nesse preciso momento,
segura-te,
o eclipse da luz
renasce.

Vento
...

24 de setembro de 2011

Perto do céu

...

Com os meus braços
abraço-te em segurança,
o silêncio escondido grita
por detrás dos olhos,
os joelhos tremem
nos passos congelados .

Imagino-te na parte de trás do meu eu,
com as mãos a moldar o caminho
aliviando a dor dos pensamentos solitários.

O vento agita-se nas sombras,
os meus braços estão bem abertos
para manter o equilíbrio.

Uma luz sussurra nas palavras
desvenda pensamentos
que precisam de florir.

Continuas colhendo pétalas de mim
procurando por algo
que não encontras,
esta arte de ficar calado
mas sempre atento
vai um dia surpreender-te
quando menos esperas.

Vento
...

13 de setembro de 2011

Caminho cego

...
Congelo os sentidos
na escuridão dos sons,
liberto os pensamentos
que coexistem
no outro lado da mente.

Um pássaro grande
numa caixa pequena
pergunta a quem
possuir respostas,
tal como,
desaparecer
completamente
num quarto vazio.

Existe uma forma razoável
de pensar as coisas
que coexistem
fora do tempo,
incidentes revistos
na janela para o mundo,
numa viagem
sentado no lugar
do passageiro
a caminho do paraíso
próximo da constelação
que brilha.

Caminho cego
sem som
sem nada
na palma das mãos
vazias… nuas…
como o tempo.

Sou escuro e azul
por todo.
a calma do jardim
respira-se
no odor
que brota das flores.

Vento
...

2 de setembro de 2011

Terra do silêncio

...
A caminho da terra do silêncio
algo caminha ao meu lado
as nuvens do amanhecer
escurecem o dia,
sobram destroços
duma vida,
mas, algo me guia
com as mãos envelhecidas.

Na terra do silêncio
as visões desconhecem limites
as almas são belas
e perfeitas,
os corações despadaçados
encontram sossego
uma vida de batalhas
merece uma recompensa.

Uma figura esbelta surge da penumbra
acena do cimo da montanha
nas suas frágeis mãos
segura uma tocha acesa,
o verdadeiro silêncio chega finalmente
aos meus ouvidos.

Vento
...