Se morresse agora...

...

Os meus fantasmas
ajudam-me a respirar
Sento-me na sombra
próximo da quietude.

O silêncio das palavras
acompanha a distância da realidade.
Porque será o amor tão estreito?

Existe uma realidade paralela
ao pensamento
serena e única
que envolve e alucina.

Há magia nos sentidos
que abraçam a alma,
sou demasiado pequeno
para sentimentos ilusórios.

Parte de mim, voa fora do corpo
parte invisível que se expande
além do alcance do olhar,
só porque estou a voar
não quer dizer que enlouqueci.

E se morresse agora…!

Se morresse agora,
a alma perdia-se no tempo
e a libertação era eterna.

Vento
...

Coisas impossíveis

...

Recordo-me como era
quando o sol enchia o céu.
Recordo-me do que sentia
quando os dias não terminavam.

Recordo-me como era
quando as estrelas preenchiam o céu.
Recordo como as usava para sonhar
nas noites sem fim.

Navegava sem destino
e em tudo o que tocava,
alimentava a esperança
de desejar coisas impossíveis.

Mas agora o Sol arrefeceu
e o céu tornou-se cinzento,
as estrelas escondem-se entre as nuvens
a verter lágrimas.

Tudo o que sonhei
desvaneceu com o tempo…

Vento
...

O outro lado

...

Sou mais do que o próprio vento

Sou tempestade inconstante
personagem que vive
no outro lado
que envolve a alma,
o lado do AMOR...

Há diversas formas de sentir,
desejos infinitos...
Momentos de loucura
que suspiram
na palma das mãos,
a tentação do imaginável
do ser e querer
sempre muito mais
sempre diferente.

Vento
...

Deus

...

Quando estou a cair
agarro-me ao que parece seguro
um caminho
para nenhum lado,
não retrocedo
até ao último suspiro.
Deixa-me dizer-te,
Deus...

Agarra-me,
estou tão longe do chão
muito acima das nuvens
tão longe do chão…

Olho para a terra sem cor
reflexão inconsciente
num caminho
para nenhum lado.
Não desisto
até ao ultimo suspiro
Deixa-me dizer-te,
Deus...

Agarra-me,
estou tão longe do chão
muito acima das nuvens
tão longe do chão…

Os meus olhos entristecem
mas ainda acredito
acredito que existe tanto
dentro de ti.
Deixa-me dizer,
Deus…

Quando estou a cair
agarro-me ao que parece seguro.
Obrigado
Deus.

Vento
...

Vento...

...

Sou vento
que navega
por entre as nuvens
adormecidas.

Só porque me entrego
assim como sou,
incerto, inconstante
todo em segredo.

Se me amas ou não,
não questiono…
Tudo o que quero
é ouvir dos teus lábios
as palavras que não dizes.

Vento
...

Ser único e perfeito

...

Os meus dedos
desenham na tua pele
palavras simples
belas e precisas.

Perco-me por agora
numa tela colorida
e no que trago
dentro do peito.

Despi-me de toda a lógica
desde que um dia
me perdi na beleza
do teu olhar.

Vento
...